Setembro Amarelo
Você já passou ou está passando por um quadro de sofrimento psíquico? Conhece alguém nessa situação? Caso sim, gostaria de falar com você. O suicídio é considerado um problema de saúde pública, com cerca de 14 mil registros anuais no Brasil. O Ministério da Saúde, em 2021, registrou 15.507 casos, uma média de 42 suicídios por dia. Para cada suicídio, estima-se que 25 pessoas tentem tirar a própria vida.
Nos últimos anos, temos visto em nosso país um aumento da incidência dos casos de depressão. De acordo com a Pesquisa Vigitel 2021, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico de depressão, um índice superior aos 7,6% encontrados na mesma pesquisa em 2013. Além disso, os afastamentos por transtornos mentais e comportamentais cresceram 67% e 68% em 2024, com mais de 472 mil licenças médicas concedidas no ano. Em uma pesquisa com 11 países, o Brasil foi apontado como o líder nos casos de ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 18 milhões de brasileiros sofrem de transtornos de ansiedade.
Tendo em mente o aumento da incidência de casos relacionados à depressão e ansiedade, resolvi falar brevemente com você sobre elas.
Depressão
A depressão enquanto transtorno mental começou a ganhar evidência pós-crise de 29 e foi impulsionada após ascensão do neoliberalismo. Em termos mais próximos da psiquiatria, a depressão envolve anedonia. Ou seja, a incapacidade, amortecimento, neutralização da nossa experiência de prazer. Um sujeito depressivo perde a graça, a sua relação com o desejo. Há uma impossibilidade que o sujeito experimenta diante da vida, diante do seu desejo. A depressão envolve também sintomas físicos, como insônia, aumento ou perda de apetite, sentimento de cansaço, dores no corpo, humor irritativo, pensamentos mórbidos, entre outros. Vale destacar que nem sempre é possível associar a depressão à tristeza, por exemplo, existem casos em que a pessoa se auto acelera para evitar o encontro com o vazio.
Ansiedade
A ansiedade pode ser definida como um quadro patológico que provoca no paciente uma preocupação exacerbada sobre situações do cotidiano que podem ser de disparos para sintomas que prejudicam a interação social, desempenho em público, a interação e convívio com os outros.
No sujeito com ansiedade torna-se frequente a preocupação com diversas situações e o pensamento acelerado. Nesses casos, comumente, surgem sintomas, como fadiga, dificuldades de concentração, irritabilidade, falta de ar, sensação de perigo, aumento ou queda de pressão arterial, mal-estar, entre outros.
Tanto a depressão quanto a ansiedade devem ser tratados para se evitar um adoecimento psíquico grave e/ou para trabalhar com ele caso você já vivencie esse tipo de sofrimento. Se você estiver passando por alguma situação semelhante, busque um profissional da sua confiança para que vocês possam conversar sobre o que você está sentindo, sobre o contexto que você está inserido.
Além disso, eu gostaria de frisar a você, o meu compromisso de lhe ouvir, caso você queira. Os seus sentimentos, e o seu sofrimento, devem ser acolhidos não somente em setembro mas em todos os meses do ano.