Setembro Amarelo
Você já passou ou está passando por um quadro de sofrimento psíquico? Conhece alguém nessa situação? Caso sim, gostaria de falar com você. Nesse mês, no Brasil, ocorre um fortalecimento da campanha Setembro Amarelo, uma campanha de prevenção ao suicídio. Em nosso país são registrados mais de 14 mil suicídios todos os anos, com um aumento na incidência em pessoas jovens. Dentre esse número de suicídios, estima-se que 96,8% dos casos estão associados a transtornos mentais, dentre os quais a depressão ocupa o primeiro lugar.
Nos últimos anos, temos visto em nosso país um aumento da incidência dos casos de depressão. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido diagnóstico da doença. Além disso, no dia quatro de junho de 2022, o Estadão divulgou uma pesquisa que apontou um crescimento de 30% nos afastamentos do trabalho relacionados a transtornos mentais. Somado a isso, em uma pesquisa com 11 países, o Brasil foi apontado como o líder nos casos de ansiedade, com 63% dos registros.Tendo em mente o aumento da incidência de casos relacionados à depressão e ansiedade, resolvi falar brevemente com você sobre elas.
Depressão
A depressão enquanto transtorno mental começou a ganhar evidência pós-crise de 29 e foi impulsionada após ascensão do neoliberalismo. Em termos mais próximos da psiquiatria, a depressão envolve anedonia. Ou seja, a incapacidade, amortecimento, neutralização da nossa experiência de prazer. Um sujeito depressivo perde a graça, a sua relação com o desejo. Há uma impossibilidade que o sujeito experimenta diante da vida, diante do seu desejo. A depressão envolve também sintomas físicos, como insônia, aumento ou perda de apetite, sentimento de cansaço, dores no corpo, humor irritativo, pensamentos mórbidos, entre outros. Vale destacar que nem sempre é possível associar a depressão à tristeza, por exemplo, existem casos em que a pessoa se auto acelera para evitar o encontro com o vazio.
Ansiedade
A ansiedade pode ser definida como um quadro patológico que provoca no paciente uma preocupação exacerbada sobre situações do cotidiano que podem ser de disparos para sintomas que prejudicam a interação social, desempenho em público, a interação e convívio com os outros. No sujeito com ansiedade torna-se frequente a preocupação com diversas situações e o pensamento acelerado. Nesses casos, comumente, surgem sintomas, como fadiga, dificuldades de concentração, irritabilidade, falta de ar, sensação de perigo, aumento ou queda de pressão arterial, mal-estar, entre outros.
Tanto a depressão quanto a ansiedade devem ser tratados para se evitar um adoecimento psíquico grave e/ou para trabalhar com ele caso você já vivencie esse tipo de sofrimento. Se você estiver passando por alguma situação semelhante, busque um profissional da sua confiança para que vocês possam conversar sobre o que você está sentindo, sobre o contexto que você está inserido. Além disso, eu gostaria de frisar a você, o meu compromisso de lhe ouvir, caso você queira. Os seus sentimentos, e o seu sofrimento, devem ser acolhidos não somente em setembro mas em todos os meses do ano.